24 novembro, 2010

A política de descriminalização mostra bons resultados em Portugal

fonte: Scientific American

Interessante artigo da conceituada revista Scientific American, que relata a situação em Portugal, após anos de descriminalização das drogas.

Em 2001 o governo portugues deu um passo ousado: descriminalizou a posse e o uso de heroína, cocaína, maconha, LSD e outras drogas até então ilícitas. A lógica era focar na prevenção e no tratamento, e não no encarceramento dos usuários.

Ao contrário das previsões catastrofistas, a situação não piorou, pelo contrário; as mortes dor overdose diminuiram de 400 para 290 por ano, e os novos casos de HIV relacionados ao uso de seringas e agulhas contaminadas diminuíram de 1400 para 400 por ano.

Alem disso, Portugal tambem não virou um "Paraíso das Drogas" nem um destino turístico para usuários, como temiam alguns.

Estes dados constam de relatório do Cato Institute, de Washington.

Walter Kemp, porta voz do Escritório da ONU para Drogas e Crime afirmou que "a descriminalização das drogas em Portugal atingiu seu objetivo primário, que era reduzir os danos à saúde pelo abuso de drogas".

Já a Casa Branca e o DEA se recusaram a comentar o relatório.

Os Cinco Remédios Mais Lucrativos Do Mundo Não Curam Nada

Os 5 remédios mais lucrativos do mundo tem uma característica em comum interessante, além de serem, como já dito, altamente lucrativos: não curam nada. São medicamentos vendidos a preços altíssimos que controlam sintomas, mas não curam a doença de base... servem perfeitamente aos intentos da grande indústria farmacêutica, que procura TRATAMENTOS, não CURAS. Se os remédios curassem problemas, principalmente os crônicos, isso seria um tiro no pé da indústria... por isso ela produz substâncias que controlam os sintomas mas não curam, com a função de deixar o paciente vivo mais tempo para que possa consumir mais remédio.

1. Lípitor (receita bruta 2009 7,5 bilhões de dólares)
Para baixar colesterol e triglicérides, mas precisa tomar para sempre porque se parar sobe tudo de novo...

2. Nexium (receita bruta 2009 6,3 bilhões de dólares)
Para gastrites, úlceras e refluxo. Diminui a acidez no estômago, mas se parar volta tudo como era antes.

3. Plavix (receita bruta 2009 5,6 bilhões de dólares)
melhora a circulação, "afinando" o sangue... como os outros, só faz efeito enquanto está sendo tomado, é para o resto da vida

4. Advair (receita bruta 2009 4,7 bilhões de dólares)
Para asma e bronquite. Diminui a severidade das crises, mas elas cotinuam ocorrendo.

5. Seroquel (receita bruta 2009 4,2 bilhões de dólares)
Para psicoses, depressões e outros quadros psiquiátricos, e como os outros, apenas controla os sintomas.

É claro que estas medicações são extremamente úteis, melhoram muito a qualidade de vida dos pacientes, isto é indiscutível. Mas que não curam, não curam.

Precisa explicar porque a grande indústria farmacêutica (Big Farma) não tem interesse na ibogaína?

Fora isso, a mesma Big Farma patrocina médicos em viagens, congressos, os suborna com presentes, brindes... quem vai ter interesse em mudar esse estado de coisas? Todos estão ganhando... mas e quantos aos pacientes dependentes? Bom, problema deles, quem mandou usar drogas? Para estes, sobra a opção das internações a preço de resort 7 estrelas, que tambem não resolvem nada. Mas pelo menos os donos de clínicas ganham também...

Pergunte a um psiquiatra a opinião dele sobre a ibogaína... se ele já tiver ouvido falar do assunto, (o que é pouco provável, porque a maioria deles só se atualiza com informações vindas da própria indústria), ele vai ser contra... agora você já sabe porque.

16 novembro, 2010

Pode uma sonoridade funcionar como droga?

Chamam-lhes e-drugs ou drogas digitais. São sons binaurais. Custam entre sete e 150 euros em sites especializados.

Por Ana Cristina Pereira

Escolher ficheiro, pôr auscultadores, accionar. Ouve-se um som diferente em cada lado. Aqueles ruídos comercializam-se na Internet como e-drugs - drogas digitais. Têm nomes sugestivos: Orgasm, Peyote, Marijuana, Cocaine, Opium... Há quem lhes atribua sensações de relaxamento, euforia, transe. Mas pode o som estimular o cérebro ao ponto de causar um efeito semelhante ao de drogas como a cannabis, o ópio, a cocaína ou o LSD?

Abundam descrições em sites da especialidade, como o i-doser. Nome de código "Sweet Lemon" escreveu: "Rebenta com a minha cabeça, não a expande apenas. Acabei agora de experimentar o Peyote e foi esquisito. Finalmente, parei de pensar no que ia acontecer enquanto ouvia [aquela música] e bum. Bateu. Reparei como a linha onde a parede e o tecto se tocam era engraçada. Parei de focar e vi sangue roxo a escorrer pelo canto da minha visão periférica. Olhei para trás e desapareceu e vi a outra parede tornar-se roxa e, depois, as luzes tinham chamas roxas a atravessar o tecto. Vinte minutos de loucura. Experimenta!"

No mesmo fórum sobre os eventuais efeitos das e-drugs, estusiásticas opiniões como aquela convivem com opiniões reticentes ou cépticas. Como esta, nome de código "Kurwik": "Experimentei o Peyote três vezes e nada aconteceu. Senti apenas um pouco de medo. Fora disso, nada. Total perda de dinheiro. Vou tentar algum Ecstasy e Excite. Se não funcionar, adeus, caixote do lixo."

A moda está a apanhar adolescentes em muitos pontos do planeta, à boleia das redes sociais. Encontrámos Nick Ashton, fundador do i-doser, numa delas - no Facebook. Por e-mail, em respostas muitíssimo curtas, o jovem norte-americano assegurou que, desde que foi activada, em 2005, a página foi visitada "por milhões". "A nossa aplicação foi descarregada 1,5 milhões de vezes."

Rituais de iniciação

O fenómeno é novo, mas o princípio não é, adverte Maria do Carmo Carvalho, autora de Culturas Juvenis e Novos Usos de Drogas em Meio Festivo (Campo das Letras, 2007): "Sonoridades em frequências muito baixas, durante um longo período, com cadências muito repetitivas, são usadas ancestralmente para induzir estados alterados de consciência."

A investigadora da Universidade Católica Portuguesa fala em "tribos africanas, que produzem modos de realização da cura associados à espiritualidade". Cita um artigo de Uwe Maas e Suster Strubelt sobre o uso de música nos rituais de iniciação no Gabão: "A música é usada por culturas tradicionais em todo o mundo para criar e acompanhar estados de transe". Analisaram as composições e a sua funcionalidade e escreveram: "Supomos que a música potencia o efeito da droga ibogaína que é usada durante o ritual de iniciação".

Não é preciso ir a África. Basta pensar no transe em que entram alguns crentes durante cerimónias de certas seitas. Sem drogas. "Esses estados de transe acontecem com pessoas que estão predispostas a isso e que têm uma certa susceptibilidade", explica o neurologista João Massano.

"Sweet Lemon" pode estar a dizer a verdade e "Kurwik" pode estar a dizer a verdade também? "Há pessoas que têm uma capacidade invulgar de ouvir determinados sons ou de ver determinadas cores ou formas", torna o investigador da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. "Chamam-se sinestesias. Mas são alucinações muito simples, nada comparáveis às provocadas por drogas químicas."

O neurologista traz à conversa o efeito placebo. O método é muito usado na investigação científica: para se distinguir os efeitos de um fármaco da cura por sugestão, um grupo toma um princípio activo, outro um placebo. "Às vezes, há melhores resultados no grupo do placebo."

Pedimos a um músico para experimentar. Deitado, no escuro, com auscultadores, experimentou o simulador de óxido nitroso. Nada. Experimentou um simulador de "substâncias que se encontram na pele de algumas espécies de sapos". Apesar de mais relaxado, tornou a nada sentir. "Tinha uma série de pensamentos a correr pela cabeça, mas, ao fim e ao cabo, não era muito diferente de quando estou prestes a adormecer." Não desistiu. Experimentou um simulador de LSD. Nada. Experimentou um relaxante. "Era extremamente irritante." Desistiu.

"Não fiz a experiência desconfiado. Estava mesmo com esperança que funcionasse, apesar de duvidar muito de algumas das descrições dos produtos", comenta. Faz uma ressalva. Lembra que só usou downloads ilegais. "Sabe-se lá se este material está corrompido."

"Para alguém sentir os efeitos de uma droga, tem de haver quem lhe explique. Senão, a pessoa que está a experimentar não sabe ler o que está a sentir", sublinha Maria do Carmo Carvalho. E os vendedores de e-drugs sabem-no. Uma curta busca ao YouTube conduz a múltiplos vídeos, algumas com centenas de milhares de pageviews. Há os que ensinam a usar; os que mostram miúdos, de auscultadores, a "consumir"; por baixo, o inevitável debate.

"Acho que temos de ter alguma frieza em analisar isto", adverte João Massano. "Não sei quantos destes relatos [arrebatados] são fabricados. Estive a ver se há testes científicos que comprovem os efeitos e não os encontrei - não há. Nunca grupos independentes fizeram testes científicos a isto. Analisei diversas situações. Numa delas, especifica-se as frequências dos sons utilizados para produzir um efeito. Algumas das frequências referidas não são audíveis pelo ser humano. Isso levou-me a pensar que isto é só um negócio."

"Quantos dos testemunhos serão estratégia de marketing?", questiona o neurologista. Alguém está a ganhar dinheiro com a venda destes sons binaurais. Os preços dos ficheiros oscilam entre sete e 150 euros. Podem descarregar-se alguns de graça. E não falta quem saiba como descarregar alguns ilegalmente.

Parece tudo muito profissional nos sites que vendem sessões de 15 a 30 minutos. Nick Ashton, por exemplo, diz que estiveram "cinco anos" a pesquisar. No site, refere-se que grande parte do tempo foi gasto em testes. Para Nick Ashton, isto é só uma forma "legal" e "sem efeitos secundários" de "simular um estado de espírito ou uma experiência". E isso, para Maria do Carmo Carvalho, é "interessante". Nos contextos festivos juvenis, como o das raves, "a experiência é global". Há os lugares, as músicas, os pares, as drogas. Aqui, a função exclusiva da experiência é alterar a consciência: "Há uma intencionalidade, mas também uma busca de uma estratégia sem riscos".

iPods banidos

Há quem não veja o fenómeno de forma inócua. O Grupo de Narcóticos de Oklahoma já fez saber que teme que este fenómeno leve os adolescentes à experimentação de "outras" drogas. "Os miúdos podem ir a estes sites ver o que se passa e isso pode levá-los a outros sítios", declarou, em jeito de alerta, o porta-voz, Mark Woodward, à News 9, citada pela revista Wired. Uma escola pública da zona está a levar a suposta ameaça tão a sério que mandou uma carta aos pais. Os educadores foram o mais longe que puderam: decidiram banir os iPods da escola. Maria do Carmo Carvalho contesta raciocínios como este. Há muito que se sabe que a teoria da escalada "é um mito".

Os relatos de medos propagam-se, alimentados por pais pouco ou nada familiarizados com as potencialidades da Internet. Já há até quem mencione o eventual risco de disfunções cerebrais. E isso, a João Massano, parece "ficção científica": "Não vejo que isto possa provocar algum efeito neurológico nocivo. Não vejo efeitos secundários, a não ser os muito conhecidos de ouvir música muito alto. Quanto muito, podem queixar-se de fraude."

Notícia corrigida às 13h45, dia 14/11/2010

Fonte : Publico.pt

01 novembro, 2010

Álcool é mais prejudicial para a sociedade que crack e heroína, diz cientista inglês

Estudo leva em conta os danos individuais e às outras pessoas


O álcool foi considerado a droga mais perigosa da Grã-Bretanha, à frente até do crack e da cocaína, segundo um ranking que leva em conta, além dos prejuízos pessoais, os danos que ela pode provocar na sociedade. O estudo, publicado nesta segunda-feira pelo periódico médico Lancet, foi realizado pelo Comitê Científico Independente sobre Drogas, liderado pelo ex-consultor governamental David Nutt.

Nutt foi demitido ano passado após fazer declarações contra a política antidrogas do governo, quando disse que andar de cavalo era mais perigoso que ingerir ecstasy, uma droga sintética bastante consumida na Grã-Bretanha. Também afirmou que a maconha fora promovida à droga classe B, a segunda classe mais perigosa segundo o Conselho Britânico sobre Abuso de Drogas, por causa de uma “decisão política”.

No estudo publicado nesta segunda-feira, Nutt e seus colegas classificam as drogas pelos danos individuais, que vão desde a morte até danos mentais e perda dos relacionamentos, e pelos danos que podem provocar às outras pessoas. A pontuação vai de zero (inofensivo) até 100 (mais perigoso).

No ranking geral, o álcool ficou em primeiro lugar, com 72 pontos — a heroína ficou com 55 pontos, o crack com 54, a cocaína ganhou 27 pontos, a maconha ficou com 20, o ecstasy e os anabolizantes com nove e os cogumelos alucinógenos com cinco. Se levados em conta apenas os danos individuais, as drogas mais perigosas são o crack, a heroína e metanfetamina. A mais danosa aos outros foi o álcool, seguida pela heroína e o crack.

Os autores do estudo escreveram que a classificação atual é ultrapassada e é preciso chamar a atenção de forma agressiva para os perigos do álcool, em prol da saúde pública. Pelo sistema britânico de classificação atual, o ecstasy é considerado uma droga classe A, tão perigoso quanto metanfetamina.

Nutt é autor de outro estudo, publicado também no Lancet em 2007, afirmando que álcool e cigarro eram mais prejudiciais que a maconha e o LSD.


Fontes:
Lancet
Revista Veja